EDUCAÇÃO AMBIENTAL, AMBIENTE E NATUREZA NA MÍDIA IMPRESSA: ANÁLISES A PARTIR DOS ESTUDOS CULTURAIS

Sofia Costa

Resumo


A mídia é apontada por alguns ambientalistas como um instrumento favorável à
ampliação das discussões sobre o ambiente, mas também como a responsável pelo
esvaziamento das discussões ecológicas. O presente trabalho, inspirado pelas
teorizações dos Estudos Culturais (Hall, 1997) e dos Estudos de Mídia (Giroux,
1995; 2003; Kellner, 1995; 2001; Fischer, 1999; 2001; Steinberg & Kincheloe,
2004), pretende analisar como o Jornal Meio Norte (principal jornal diário de
Teresina, PI) trata das questões ambientais em suas páginas. Pergunta-se: quais as
principais estratégias discursivas que são colocadas em ação neste jornal ao se tratar
do ambiente e da natureza? Como este jornal (in)forma os sujeitos no que diz
respeito à educação ambiental, ambiente e natureza? Os resultados apontam para a
presença de, pelo menos, seis temáticas preferencialmente tratadas nos jornais (a
seca, a disputa pela água, o povo, as queimadas, o Rio São Francisco, a Serra
Vermelha), bem como de pelo menos cinco estratégias utilizadas pelos jornalistas
para construir determinados modos de se entender o ambiente e a natureza, e a
praticar a educação ambiental: a) a postura investigativa; b) o tom “denuncista” e
panfletário das reportagens; c) o tom de condenação/repúdio à postura ambiental da
população; d) a ênfase nos números e na quantificação; e) o tom “conclamatório”.
Entende-se que analisar as reportagens do referido jornal (e as estratégias discursivas
que são colocadas em ação por jornalistas, editores, colunistas etc. ao tratarem do
ambiente, da natureza e da população em geral) significa ampliar as possibilidades de
leitura de tais textos, bem como resistir a alguns significados produzidos como
“naturais” pela mídia.


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