DEFICIÊNCIA VISUAL E A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: ESTUDO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA
Resumo
A inclusão é um direito assegurado pela Constituição Federal do Brasil, garantindo a 
matrícula em escolas a todas as crianças independentemente de sua condição física 
ou mental. Em razão disso, faz-se necessário que os envolvidos na educação 
estejam atentos e adaptados às mudanças e desafios apresentados diariamente. 
Com a constante inserção de estudantes cegos e/ou com baixa visão nas escolas 
regulares do País na Educação Básica, é importante criar e/ou adaptar metodologias 
e equipamentos capazes de auxiliar no desenvolvimento intelectual e social desses 
alunos. Diante dessa perspectiva, constitui-se a pesquisa, junto ao LEI (Laboratório 
de Estudos de Inclusão) vinculada ao PPGECIM (Programa de Pós-Graduação em 
Ensino de Ciências e Matemática), tendo como linha de pesquisa a Educação
Inclusiva em Ensino de Ciências e Matemática, que busca contribuir no processo de 
inclusão escolar referente ao uso de recursos de Tecnologia Assistiva no ensino da 
Matemática. Como questionamento de pesquisa foi definido: Como se constitui o 
processo de implementação de Tecnologia Assistiva considerando a deficiência 
visual na perspectiva da educação matemática do Ensino Fundamental?. O objetivo 
geral foi de investigar o processo de implementação de Tecnologia Assistiva 
considerando a deficiência visual na perspectiva da educação matemática, 
apoiando-se nos objetivos específicos: (a) Investigar as potencialidades da
Tecnologia Assistiva no ensino da Matemática; (b) Investigar como professores 
ensinam conceitos matemáticos aos estudantes com deficiência visual; (c) 
Implementar Tecnologia Assistiva para o ensino de conceitos matemáticos aos 
estudantes cegos e/ou de baixa visão. A investigação realizada é qualitativa e a 
análise dos dados foi inspirada na Análise Textual Discursiva, consistindo em 
observações em sala de aula regular e no Atendimento Educacional Especializado, 
filmagens, entrevistas, fotografias e análise das atividades realizadas pelos 
estudantes. A investigação in loco compreendeu o período de 2015 a 2018, tendo 
como participantes da pesquisa cinco estudantes com deficiência visual, dois cegos 
e três com baixa visão; e cinco professoras, três do Atendimento Educacional 
Especializado; e duas da sala de aula regular, de uma escola inclusiva da região 
metropolitana de Porto Alegre. Dos resultados, observados a partir dos metatextos, 
emergem duas categorias: (a) Ação dos docentes que ensinam matemática; (b) 
Processo de construção de conhecimentos dos estudantes. A análise dos resultados 
aponta que a Tecnologia Assistiva é fundamental para a aquisição de 
conhecimentos matemáticos por parte dos alunos, pois a restrição de visão, exige 
que materiais e equipamentos sejam adaptados, salientando os sentidos 
remanescentes, como o tato e a audição. Com relação a construção do número pela 
criança, foi possível inferir que os professores que fazem uso da Tecnologia 
Assistiva, obtém respostas significativas por parte dos estudantes na efetivação 
desse conceito, pois além de despertar a curiosidade e o interesse, auxiliam na
restrição visual. A formação continuada dos professores na área da inclusão e o 
acesso as tecnologias está se consolidando, cabendo aos professores, gestores de 
escolas e administração pública incentivarem a busca por novos recursos 
educacionais. Infere-se, neste contexto, que a tese propicie reflexões críticas sobre 
o uso de Tecnologia Assistiva na educação inclusiva, bem como o desenvolvimento 
de novas propostas de Tecnologia Assistiva.
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