CYBERFORMAÇÃO COM PROFESSORES DE MATEMÁTICA A DISTÂNCIA: HORIZONTES QUE EMERGEM DE DIFERENTES CONTEXTOS CULTURAIS

Solange Mussato

Resumo


A presente tese apresenta resultados de uma pesquisa cujo objetivo foi investigar aspectos que o compartilhamento de diferentes contextos culturais de um grupo de professores de matemática pode apresentar à concepção de Cyberformação no decorrer de um processo de forma/ação realizado totalmente a distância. Para isso, a questão “Quais horizontes, nas perspectivas matemática, pedagógica e tecnológica, podem se abrir à concepção da Cyberformação ao considerarmos um processo de forma/ação com professores de matemática de diferentes contextos culturais?” foi a bússola que direcionou este estudo. Teoricamente, buscamos sustentação em Rosa (2008; 2010; 2011; 2015a; 2015b), no que se refere à concepção da Cyberformação, que é sustentada pelo constructo teórico ser-com, pensar-com e saber-fazer-com-Tecnologias Digitais. Essa concepção representa parte do referencial teórico desta pesquisa em função da forma como ela concebe o uso de Tecnologias Digitais nos processos de ensino e de aprendizagem de matemática. Também, embasamos
teoricamente esta pesquisa considerando autores como Eagleton (2011), Geertz (1989), Bruner (1997; 2001), Dayrell (2001), Pérez Gómez (2001), Kant (2011), Kerckhove (2009) e Hall (1997), pois esses autores possibilitaram a sustentação teórica da pesquisa no que concerne aos aspectos relacionados aos contextos culturais. Quanto aos aspectos metodológicos, esta pesquisa foi desenvolvida considerando a abordagem qualitativa, a partir de um processo de Cyberformação totalmente a distância, vivido por nove professores de diferentes localidades do Brasil, a pesquisadora e o orientador da pesquisa. Os dados produzidos possibilitaram a efetivação de três categorias de análise, por meio das quais se desvelaram novos horizontes à concepção Cyberformação. A saber, “o design de atividades
matemáticas concebe que aspectos de contextos culturais perpassem o planejamento de atividades, a fim de ampliar a produção do conhecimento matemático”. Assim, desvelou-se como um horizonte à dimensão pedagógica, pois, pedagogicamente, evidenciamos a importância de que a elaboração de atividades matemáticas contemple o uso de TD entrelaçado com aspectos do contexto cultural no qual a atividade será desenvolvida. O outro horizonte desvelado, no caso, a dimensão tecnológica, aponta que existe “uma via de mão dupla entre as TD e os contextos culturais” no sentido de que é preciso considerar as potencialidades das TD na produção do conhecimento matemático, mas é preciso, também, considerar o 10 contexto no qual acontece a produção desse conhecimento matemático de forma a ampliar as potencialidades cognitivas das atividades desenvolvidas. Por último, “a inserção de contextos culturais e das TD na produção de conhecimento matemático desvelam perspectivas que perpassam a transformação da matemática, a contribuição da cultura digital no compartilhamento de contextos e os desafios na inovação da prática”. Esse fato se mostrou como um horizonte que se abre à dimensão matemática da concepção da Cyberformação, pois evidenciamos que é preciso entender que há um grande desafio de inovar a prática, ao considerarmos os contextos nos quais estamos inseridos, pelo fato de se querer reproduzir o que já existe. Ademais, evidenciamos a transformação da matemática ao considerarmos os referidos contextos culturais e, a contribuição da cultura digital na
produção do conhecimento matemático com aspectos de contextos culturaiscompartilhados.


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