ESTUDO DE CASO: O USO DO TEMA GERADOR FUMO PARA O ENSINO DE QUÍMICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Cíntia Jung Boneberger Ramos

Resumo


Ensinar química para os alunos na modalidade Educação de Jovens e
Adultos (EJA), do Ensino Médio, é considerado por vários professores um desafio.
Quando os conteúdos de Química são abordados tradicionalmente, fica mais difícil o
aluno relacionar os conteúdos no cotidiano. Através de um processo de ensino
aprendizagem que valorize as experiências de vida dos educandos pode-se ajudar
no resgate da auto-estima dos alunos da EJA. Isto consiste em fazer com que o
aluno acredite ser capaz de adquirir novos conhecimentos e usá-los para a
construção de uma sociedade melhor, tornando-se assim, qualificado para exercer
sua cidadania. O uso de temas geradores no ensino de Química pode ser mais
atrativo aos estudantes da EJA, pois ensiná-los não consiste em apenas explicar
conceitos químicos que justificam alguns fenômenos químicos, mas sim, incentiválos
a refletir sobre o conteúdo e utilizá-lo no seu dia-a-dia. Mas para isso os alunos
devem estar dispostos a assimilar o que é útil, positivo e construtivo para a sua vida.
Esta é a razão da escolha do tema Fumo para ser trabalhado em sala de aula, um
assunto em que é possível ensinar sobre substâncias orgânicas e as interações
existentes com as macromoléculas do nosso organismo. O trabalho foi realizado em
duas turmas da Escola Estadual de Ensino Médio D. Pedro II – modalidade EJA, em
Novo Hamburgo – RS. Foram realizados oito encontros com cada turma,
compreendendo 18 alunos no total. Através do uso de temas, em nosso caso para a
EJA, a organização curricular foi mais flexível onde foram envolvidos conhecimentos
interdisciplinares e também vários aspectos do “conteúdo” químico. O tema fumo foi
tratado não apenas no que se refere a aspectos químicos – como, por exemplo, as
propriedades das substâncias do cigarro, suas estruturas, etc. – mas também
aspectos biológicos – sistemas respiratório, circulatório, etc. – e sociais – legislação,
propagandas, saúde pública, etc. Tais abordagens corroboram com a função do
ensino de química na EJA em auxiliar na formação do pensamento crítico e de um
cidadão reflexivo e participativo.


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