O ESTUDO E A VALORIZAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DO RIO GRANDE DO SUL: CONCEPÇÕES DE ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE

Mariana de Souza Proença

Resumo


A crescente ocupação urbana, a destruição dos biomas e a introdução de espécies exóticas vem influenciando no reconhecimento do ambiente nativo, demandando a abordagem dessas questões de forma contextualizada em relação aos ecossistemas locais. Diante de tais premissas, a presente tese de
doutorado tem como objetivo analisar a concepção ambiental relativa à biodiversidade local de estudantes do Ensino Fundamental e Médio como estratégia para Educação Ambiental, inserindo essa temática no ensino de Ciências e Biologia. Os dados para pesquisa foram coletados durante atividades com 148 estudantes do 6º ao 9º ano de Ensino Fundamental, e com 74 estudantes do 1º ao 3º ano de Ensino Médio de escolas públicas da área urbana da região metropolitana de Porto Alegre, durante os anos de 2013 e 2014, totalizando uma amostra de 222 alunos. Essas atividades incluíram exposição dialogada, apresentação de imagens de espécies de animais e plantas nativas e exóticas e a aplicação de instrumentos de coleta de dados (ICD), tipo questionário, cujas respostas foram cotejadas com as observações da doutoranda ao longo da realização das coletas de dados, gerando um conjunto de informações analisadas com base em métodos mistos, ou seja, métodos quantitativo e qualitativo. Os resultados demonstraram, tanto para os alunos de Ensino Fundamental como para os de Médio, maior facilidade em identificar animais exóticos e nativos do que de plantas nas mesmas condições, assim como o restrito conhecimento no âmbito conceitual em relação a “nativo”, “exótico”, "bioma" e "biodiversidade". Constatou-se, a partir dos dados da pesquisa, uma forte associação entre nativa e "conhecida; comum" e entre exótica e "desconhecida/rara/estranha". Também foi constatada uma tendência em considerar as árvores frutíferas exóticas, vistas com olhar prioritariamente utilitarista, como nativas. Da mesma forma, as
espécies de animais exóticos domesticados, como vaca e galo, foram considerados pela maioria como nativos, e as espécies de plantas exóticas, como pinus e eucalipto, foram consideradas nativas. Desse modo, é evidente a necessidade de desenvolver estratégias pedagógicas que abordem essa temática, tanto em nível conceitual quanto prático, devido à relevância das espécies sobre os ecossistemas e sobre o impacto causado pela introdução de espécies exóticas e bioinvasoras. As implicações dessas concepções para a Educação Ambiental conferem a necessidade de desenvolver e aprofundar o conhecimento da biodiversidade local no Ensino de Ciências, buscando, com isso, a promoção da alfabetização ecológica.


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